As Tomadas de Posse

APÓS A FEIRA DE AGOSTO, A FEIRA DAS VAIDADES

Vimos por este meio fazer a “reportagem” possível da Tomada de Posse do “Novo Executivo” da Câmara Municipal de Grândola que, a nível formal e político nem teria muito que contar a não ser um “porém” que nos deixou perplexos dado não esperarmos este tipo de “aparições” na nossa terra tão desprovida de vaidades bacocas.
Bem, comecemos pelo discurso redundante e já bastante conhecido onde não faltaram os lugares comuns como “ 25 de Abril para Sempre”, “mais trabalho”, “mais desenvolvimento” (onde é que nós já ouvimos isto?) e ... Zeca Afonso! Aqui gostaríamos de abrir um parêntesis dado que consideramos que o nome começa a ficar gasto e é usado para tudo e para nada, sempre que dá jeito, agora sem problemas porque a individualidade já nem se encontra entre nós. No entanto, se fossemos religiosos, responderíamos a isto com uma outra frase feita: “Não invoques o nome de Deus em vão”. Portanto, nada de novo a não ser o lote de individualidades presentes, entre os quais contamos os seguintes: O GOVERNADOR CIVIL DE SETUBAL,PACO BANDEIRA, CHAINHO MUSICO, BEM COMO UM REPRESENTANTE DO CLERO.
Ora isto de colocar a Igreja ao lado do poder secular perece-nos coisa medieval, mas pronto! Seja a feita a vontade de Deus e dos homens.
Ficamos foi ofuscados com o desfile rendas, lantejoulas, brilhantes e purpurinas, altas “produções artísticas” nunca vistas em tais ocasiões. As lacas brilhantes nos penteados tipo “super-tia” faziam do local uma espécie de discoteca dos anos 80, só que as bolas de espelhos eram, com o devido respeito, as cabeças e os vestidos onde tudo resplandecia. Não ficaram os homens atrás, tendo-se visto em toda a sua pujança o que é ser metrosexual (não confundir com opções sexuais) na província. Fez-nos lembrar Camilo Castelo Branco na sua obra “A queda de um Anjo”, comédia magistral.
No que concerne à Tomada de Posse da Junta de Freguesia, outro galo nem Zeca, nem Bandeira) cantou e as coisas passaram-se numa normalidade habitual, em que a nova Presidente da Assembleia e a da Junta afirmaram estar em maioria e que iriam cumprir o programa do P.C.P. mantendo-se em silêncio como têm feito até agora. Ou será que irão pronunciar-se mais tarde? Para aferir desses factos e afirmações cá estaremos de olhos abertos e ouvidos atentos, já livres dos encandeamentos camarários.
Como disse Oscar Wilde: “O mundo é um palco, mas o elenco foi mal escolhido”... e os adereços foram excessivos.